
O ARTISTA HUMILDE
Serviço cristão começa com humildade. Humildade significa mover-se do egoísmo para a doação a Deus. Mas antes de falarmos sobre o que é humildade, falemos sobre o que ela não é.
A verdadeira humildade não é diminuir-se ou deixar que as pessoas pisem em você. Isso é falsa humildade. Romanos 12.3 diz para que ninguém pense de si mesmo além do que convém a respeito de si mesmo, nem pense aquém.Às vezes, uma auto-imagem ruim é confundida com humildade. A verdadeira humildade não se trata de pensar sobre si mesmo tão miseravelmente a ponto de perder a autoconfiança, a coragem ou a determinação. Ser humilde não significa permitir aos outros que o humilhem. Por exemplo, você pode achar apropriado ou até mesmo espiritual rebaixar-se ou minimizar seus dons ou ficar quieto por pensar que suas idéias não valem a pena ser compartilhadas, mas esse tipo de humildade é falsa. E é errado, porque nega o fato de que você é importante para Deus. Contradiz as Escrituras e viola o caráter divino. Não abata a si mesmo e chame isso de humildade. No clássico de C.S. Lewis, The Screwtap Letters há uma conversa entre dois demônios, Screwtap e Wormwood, que estão discutindo uma estratégia para enganar os seres humanos com este tipo falso de humildade. Veja o que Screwtape diz ao seu colega: Você deve, portanto, omitir do paciente o verdadeiro objetivo a humildade. Deixe que pense dela, não como um auto-esquecimento, mas como um certo tipo de opinião (a saber, pobre opinião) com respeito a seus talentos e caráter. Alguns talentos, eu deduzo, ele realmente tem. Ponha na cabeça dele a idéia de que humildade consiste em tentar acreditar que esses talentos são menos valiosos do que crê que sejam... Um grande trunfo é fazê-lo valorizar uma opinião cujo teor seja outro que não a verdade, introduzindo assim um elemento de desonestidade no coração daquilo que de outra maneira ameaça tornar-se uma virtude. Através deste método, milhares de humanos têm sido levados a pensar que a humildade significa garotas bonitas tentado crer que são feias e homens inteligentes tentando crer que são tolos. E, uma vez que aquilo no que estão tentando acreditar, e nós temos a oportunidade de mentes suas mentes incessantemente girando em volta de si mesmas num esforço de alcançar o impossível. Devemos julgar a nós mesmos com um julgamento correto. A verdadeira humildade significa termos uma visão acurada de nós mesmos, entendo que não somos mais nem menos do que na verdade somos. Devemos conhecer nossos pontos fracos e fortes. Devemos saber no que somos bons e no que não somos.
Como você pode adotar a verdadeira humildade como um artista?
Humilhe-se diante de Deus.
Primeiramente, humilhe-se diante de Deus. Jesus disse que “todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc 18.14). Tiago 4.10 nos exorta a que nos humilhemos diante de Deus. Na verdade, Deus tem um lugar especial em Seu coração para o humilde. As Escrituras dizem que Ele habita com o “contrito e abatido de espírito” (Is 57.15) e que Ele “atenta aos humildes” (sl 138.6; veja também Is 66.2). Orgulho, por outro lado, é uma abominação para o Senhor (PV 16.5). A Bíblia diz que Deus resiste aos soberbos (I Pe 5.5). Ele se opõe à esta postura divina. Você não gostaria de ter Deus se opondo a você e seu ministério, gostaria? O Salmo 138.6 diz que Deus tende a distanciar-se do arrogante. Que pensamento terrível: que Deus pudesse não apenas a opor-se ao orgulhoso, mas ficar longe – bem longe dele.
Você não quer que Deus esteja longe ou distante, quer? Orgulho colocarmo-nos em primeiro lugar, e falta de humildade não agradam a Deus. É imperativo que nos humilhemos diante Dele, porque sem Ele nada podemos fazer (Jô 15.4-5)
Lembre-se que o seu talento vem de Deus. Você o está desenvolvendo, mas é Ele quem o deu a você em primeiro lugar. Se você tiver um dom artístico é porque Deus o deu a você. Antes que entrassem na terra prometida, Moisés advertiu o povo de Israel para que não esquecesse que todas as bênçãos foram presente de Deus. Parafraseando Deuteronômio 8.17-18, isso é o que Moisés diria a nós artistas hoje: “ Seja humilde com relação aos seu talento. Caso contrário, você pode dizer em seu coração que foi você quem fez tudo isso por si mesmo. Mas você deve lembrar que o Senhor Seu Deus é quem lhe deus a habilidade para fazer o que você faz”.
Se você e eu realizamos alguma coisa artisticamente, isto é por causa de um com ou talento que veio de Deus em primeiro lugar. “ Pela graça de Deus sou o que sou”, diz Paulo em I Co 15.10. Nós, dentre todas as pessoas, temos todas as razões para sermos humildes diante de Deus e dos outros. É por isso que Paulo nos adverte em Fp 3.3 para que não coloquemos nossa confiança na carne, porque a nossa confiança está em Deus. Humildade vem naturalmente para a pessoa que coloca toda a sua confiança em Deus. Diferente do tolo em Eclesiastes que diz: “ mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho” (2.10, ênfases minhas). A pessoa orgulhosa diz: “ Veja o que eu fiz”. A pessoa humilde diz: “ Veja o que Deus fez através de mim”.
Humilhe-se diante dos outros
I Pe 5.5 diz que devemos nos cingir todos de humildade no trato de uns para com os outros. Devemos abandonar qualquer pensamento de superioridade que nos fazia pensar que merecemos tratamento especial. A arrogância não tem lugar no coração do artista cristão. Davi foi uma celebridade para o povo de Israel. Tinha sucesso, fama e fortuna, mas não deixou que isso subisse à sua cabeça. A Bíblia diz que “todo Israel e Judá amavam Davi, porquanto saía e entrava diante deles” ( I Sm18.16). A Bíblia Viva dize que “ ele era um com eles”. Em outras palavras, embora fosse rico e famoso, ele era acessível. Era um com eles; ainda era como um deles. Não era arrogante; era humilde.
Às vezes no processo de utilizarmos nossos talentos, nós artistas sentimos que somos mais do que deveríamos. O elogio ao artista pode ser generoso por muitos motivos; a glória do holofote, o impacto das artes, a raridade dos dons. As pessoas dizem coisas, tais como: “eu amos a sua voz mais que qualquer outra que tenha ouvido antes” ou “não sei como você faz isso; você é absolutamente fantástico”. Como você responde a esse tipo de elogio? Ouço pessoas (dentre as quais me incluo) desfilar um monte de clichês na tentativa de soarem espirituais. O resultado é algo como, Ó, não fui eu na verdade ali. Não tive nada a ver com aquilo. Foi tudo Deus. Louvado seja o Senhor. “Apenas abro minha boca e a partir desse momento Ele assume o controle”. Isso acaba soando leviano. Há então pessoas que não sabem como responde ao elogio sem diminuir-se. Elas acham que a falsa humildade é melhor que a ausência de humildade. Suas respostas são mais ou menos assim: “ sou apenas um verme pecaminoso ocupando este espaço, até que Deus encontre alguém melhor para fazer o trabalho”.
Às vezes a melhor resposta é um simples e humilde ‘obrigado’. A Bíblia diz que o modo como responderemos ao elogio é uma marca de nosso caratêr (PV 27.21) Deixamos que o louvor que é lançado sobre nós nos faça pensar que somos melhores que as outras pessoas? Damos realmente a glória a Deus, ou apenas dizemos os clichês cristãos apropriados de modo a aparentar que estamos dando a glória a Deus? Jesus nos lembra, em Lucas 17.10, que quando usamos nossos dons para Ele, “ fizemos somente o que devíamos fazer”. Na economia de Deus não há hierarquia de dons e talentos (IÇO 12.22-23). Somente porque estamos no palco, não somos melhores do que os que estão fielmente usando seus dons em algum outro lugar na igreja. Estamos apenas fazendo o que deveríamos fazer.
Esse versículo não está dizendo errado nos sentirmos bem conosco ou com algo que tenhamos feito. Não há problemas em ter prazer quando agradamos a Deus como nosso talento. Na verdade, essa deveria ser uma de nossas principais ambições na vida (2Co 5.9) No entanto, alguns de nós sentem-se incomodados quando alguém aplaude nossos esforços ou nos fazem elogios. Não aprendemos a receber um elogio com graça. Não sabemos como lidar com isso, porque não pensamos se correto que as pessoas nos agradeçam digam coisas com respeito ao que fazemos. Lucas 17.10 nos mostra que Jesus está supondo que as pessoas irão no elogiar se fizermos bem o que temos para fazer, e que não há problema nisso. É por isso que ele está ensinando sobre esse assunto. O espírito desse versículo é o da humildade. Não estou sugerindo que usemos este versículo como uma resposta, toda vez que alguém nos elogiar. Estou sugerindo que nos lembremos que, quando usamos nossos dons e talentos para o Senhor, estamos apenas fazendo o que deveríamos esta fazendo. Podemos então graciosamente reconhecer e agradecer a todos que nos encorajam, tendo sempre em mente que, de todo modo, não é nunca a atração principal (não importa que as pessoas possam nos colocar no mais alto pedestal).
O grande compositor Franz Joseph era conhecido por ser um homem muito humilde. Certa vez, a um fã extremamente ardoroso que o bajulava incessantemente, respondeu dizendo: “ não fale desse modo comigo. Você vê apenas um homem a quem Deus deu talento e um bom coração”. Haydn respondeu com o tipo de humildade graciosa que apontava as pessoas para Deus. Cultivemos a humildade em nossos corações e seremos artistas humildes.
Morra para o seu desejo de ser o melhor
Devemos morrer para o desejo de sermos os melhores. Como saber se temos um coração de servo? Há um ditado que diz: temos um coração de servo pelo modo como respondemos quando somos tratados como servos. Temos a tendência de perdermos a compostura se não somos tratados como pequenos deuses. C.S. Lewis diz: “ orgulho não tem prazer em ter algo, apenas em ter mais que o homem ao lado. Dizemos que as pessoas têm orgulho em serem ricas, ou inteligentes, ou terem boa aparência, mas elas na verdade não têm. Elas têm orgulho quando são mais ricas, ou mais inteligentes, ou têm melhor aparência que outras. Se qualquer pessoa se tornasse igualmente rica, ou inteligente, ou tivesse a mesma boa aparência que elas, não haveria nada pelo que se ter orgulho. A comparação é que as faz ter orgulho: o prazer de estar acima do resto”.
Para muitos de nós, não basta ser talentoso. Queremos se os mais talentosos. Houve um homem chamado Diótrefes que trouxe desgraça a si mesmo e à igreja porque tanto ser proeminente que amava” ser o primeiro” (3 João). Lá no nosso íntimo muitos de nós ocultamos o mesmo desejo de sermos os primeiros. Os discípulos lutavam com isso, também, e freqüentemente acabavam discutindo sobre que dentre eles era o maios (Lc 9.46-48 e 22-30). Podemos rir deles agora, mas por dentro de muitos de nós artistas há um forte desejo de ser o número um. Ao invés de sermos os melhores que podemos ser, queremos ser os melhores que existem ou que jamais existiram.
Vivemos num mundo no qual ser comum não funciona. Não há glória em ser apenas bom. Fomos feitos para sentir que, se não formos compostos do mesmo material com o qual foram feiras as lendas, não estamos popularidade, e utilizar-se de todos meios para conseguir uma posição é errado entre os seguidores de Cristo, Jesus é o cabeça da igreja, e deve ter a proeminência em todas as coisas (Cl 1.18). Quando você e eu morremos para a necessidade de sermos notados, atenderemos à uma necessidade ainda maior: a necessidade de significado aos olhos de Deus. Troque a auto-importância por uma vida de verdadeiro sentido.
Postado por: Andréa Vieira (Texto extraído do Livro: O coração do Artista – p. 48-52)
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