O Teólogo da Graça
Em 9 de abril de 1945, o pastor e teólogo luterano Dietrich Bonhoeffer foi martirizado no campo de prisioneiros de Flossenburg, Alemanha. Morte por enforcamento.
Dietrich Bonhoeffer nasceu em Breslau, Prússia, na data de 4 de fevereiro de 1906 . Recebeu educação teológica em Berlim e Nova Iorque . Nos anos de 1929 a 1930 trabalhou como assistente pastoral numa congregação evangélica na Espanha. Durante esta época viajou por alguns países de língua latina como México e Cuba.
Dotado de uma visão e prática ecumênica avançada para a época, Bonhoeffer foi ordenado pastor em 1931. Por meio de conferências e seminários pela Europa, ele vigorosamente defendia a causa do ecumenismo e desafiava as igrejas cristãs a participarem de movimentos e associações de cunho ecumênico.
Sua resistência sistemática ao Nacional Socialismo de Hitler fez de Bonhoeffer um líder e advogado em defesa dos cidadãos judeus. O discurso fez-se ação quando ele ajudou e organizou a fuga de judeus para a Suíça. A partir de 1934, já perseguido, exerceu clandestinamente seu ministério na Alemanha, até ser preso em 1943 acusado de envolvimento num plano para assassinar Hitler. Foi executado dois anos depois; familiares dele também foram mortos por participarem de movimentos de resistência.
Além de teólogo, Dietrich Bonhoeffer foi escritor e poeta. Soube como ninguém transformar a sua fé em vida, e sem sombra de dúvidas é um dos teólogos mais importantes do milênio.
Causa estranheza e preocupação a pouca atenção que a comunidade evangélica deu para esta data e personagem, principalmente numa Europa contemporânea cada vez mais sendo invadida pelo neonazismo (mais organizado e conseguindo espaço no cenário político), e aqui no Brasil florescendo em terreno fértil, motivado pelo movimento revisionista.
Dietrich Bonhoeffer, o Cristão, aprendeu com todas as letras a mensagem que o Cristo Ressuscitado deixou: "Prova de amor maior não há, do que dar a vida pelo irmão".
Uma vida admirável!
Uma vida com propósito!
Por muitos, não compreendido.
Por muitos amado!
Dietrich Bonhoerffer, uma história de amor pelos seus ideais.
Ele viveu na carne aquilo que seu espírito acreditava.
"abro mão dos meus sonhos, abro mão dos meus planos, abro mão da minha vida por Ti. Abro mão dos prazeres e das minhas vontades, abro mão das riquezas por Ti..." Essa canção tão profunda retrata a vida desse homem de Deus. Muitos(quase todos) não tem noção do significado dessas palavras, jogadas ao vento em momentos de louvor.
Poema de Dietrich Bonhoeffer
QUEM SOU?
(traduzido do inglês)
Quem sou?
Frequentemente me dizem que saí do confinamento de minha cela tranquilo,
alegre e firme como um senhor de sua mansão de campo.
Quem sou?
Frequentemente me dizem
que costumo falar com os guardiões da prisão confiada,
livre e claramente,como se eu desse as ordens.
Quem sou?
Também me dizem que superei os dias de infortúnio orgulhoso e amavelmente,
sorrindo,como quem está habituado a triunfar.
Sou, na verdade, tudo o que os demais dizem de mim?
Ou sou somente o que eu sei de mim mesmo?
Inquieto, ansioso e enfermo,
como uma ave enjaulada,
pugnado por respirar,
como se me afogasse,
sedento de cores, flores, canto de pássaros,
faminto de palavras bondosas de amabilidade,
com a expectativa de grandes feitos,
temendo, impotente, pela sorte de amigos distantes,
cansado e vazio de orar, de pensar, de fazer,
exausto e disposto a dizer adeus a tudo.
Quem sou?
Esse ou aquele?
Um agora e outro depois?
Ou ambos de uma vez?
Hipócrita perante os demais e, diante de mim mesmo, um débil acabado?
Ou há, dentro de mim,algo como um exército derrotado
que foge desordenadamente da vitória já alcancada?
Quem sou?
Escarnecem de mim essas solitárias perguntas minhas;
seja o que for,Tu o sabes, ó Deus:
sou Teu!
Fonte: Práxis Cristã.
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4 comentários:
Assisti o filme, e não retrata exatamente o drama que ele viveu. Não retrata a dor da renúncia e sua crises interiores, sua luta consigo mesmo. Mas valeu, pelo menos é um meio de mostrar a vida de um homem de Deus doada pela causa de Cristo,em um tempo tão próximo de nós!
Irmã Andrea,
Bonhoeffer era um dos homem dos quais o mundo não era digno. (Hb 11.37). Parabéns pela postagem!
ir. Marcos
FAECAD
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